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Mulheres, quem somos nós?


No mundo das formas, tudo que existe é o resultado da dança das polaridades. Dia e noite criam os ciclos e ritmos biológicos para a vida acontecer da maneira como a conhecemos. Luz e sombra nos permitem a visão. Som e silêncio nos permitem escutar. Carga elétrica positiva com carga elétrica negativa permite a luz se ascender, e os pensamentos acontecerem em nosso cérebro. Da mesma forma, energia masculina e energia feminina criam a unidade.

O movimento para fora é masculino. O movimento para dentro é feminino. A luz do sol ativa a vida, traz a energia vital. A luz do sol, é masculina. As plantas a recepcionam a criam matéria e forma. As plantas são receptivas, pois, são femininas. A luz do sol é direta e constante. A lua é cíclica e inconstante. Os homens produzem espermatozódes constantemente, as mulheres possuem ciclos assim como a lua, as marés e as estações do ano. Biologicamente, as mulheres representam a Natureza.

Na dança das dualidades, o masculino está relacionado a mente racional, ao saber concreto, a força externa. O feminino, está relacionado ao sentir, a criatividade, a força interior. Somos as criadoras da vida e portanto trazemos conosco as qualidades do gestar, manter, cuidar, nutrir. Para cumprir estas tarefas inerentes a nossa natureza, nascemos com o lado direito do cérebro mais desenvolvido, e este esta encarregado de processar a imaginação, a percepção espacial, a linguagem subjetiva, musical e artística.

Reconhecer nossa natureza nos faz fortes e únicas. Somos diferentes dos homens. Pensamos diferente, sentimos diferente, percebemos o mundo diferentemente, criamos e nos comportamos de forma diferente. Ser feminino significa sentir e se conectar com as emoções, gostar de partilhar, perceber o mundo de forma sutil e sensível e portanto, compreender mais facilmente o todo do que as partes. Entender que nos é natural e familiar sentir, isso nos empodera da confiança em nossa intuição e instinto. Nós sabemos conceber, gerar, parir e nutria a vida sem precisar pensar sobre isso. Assim como na natureza, apenas atuamos seguindo nosso instinto e a vida acontece.

Devido a todas estas características, e, principalmente, ao poder de gerar a vida, que, bem antigamente, há alguns milênios atrás em sociedades centrais como Egito, Mesopotâmia e Babilônia e algumas comunidades indígenas, as mulheres eram respeitadas e louvadas. Havia o reconhecimento da importância da fertilidade da terra que fornecia a abundancia dos povos, e se compreendia a relação entre o poder da mulher e da terra de gerar e nutrir a vida. O feminino e suas qualidades específicas era reconhecido e cultuado. O conhecimento nesta época vinha da observação e experiencia direta, além da intuição e da visão. O conhecimento era nutrido tanto pelo pensar masculino quanto pelo sentir feminino, e muitas vezes, a visão intuitiva era a guiadora das decisões coletivas e condutas pessoais.

Por que estou contando toda esta história? Porque em algum momento da evolução da história, o masculino passou a sobressair, o pensamento racional e lógico passou a ser mais valorizado que a intuição feminina, a mente passou a ter mais espaço que o coração, o mundo foi se tornando cada vez mais masculino, o poder da vida e da comunidade passou a ser substituído pelo poder político de alguns, e o que era abundancia para todos passou a ser apropriação de poucos, e as mulheres passaram a serem vistas como inferiores e limitadas. Então passamos a esquecer o que é ser mulher, para sobreviver no mundo dos homens. E hoje, muitas de nós mulheres não sabemos mais quem somos, racionalizamos nossa intuição, desmerecemos nossa sensibilidade e desaprendemos a sonhar.

Quando as mulheres deixam de sonhar, o mundo para de evoluir, ou melhor, a evolução do mundo se limita a construção de coisas interessantes, e isso não é suficiente para nos tornarmos melhores seres humanos. Os sonhos das mulheres nutrem as almas porque as mulheres são naturalmente conectadas com a fonte criadora da vida. Os sonhos das mulheres servem ao todo, não são apenas delas, pois a natureza da mulher é coletiva, agregadora e solidária. Isto é o que tenho aprendido enquanto sonho e durante anos de acompanhamento da realização dos sonhos de muitas mulheres. Quando uma mulher, sonha e se realiza, toda a comunidade ao redor prospera com ela.

Ser mulher é, portanto, ser co-criadora da vida. O feminino é o poder de receber a inspiração da alma e manifestar em forma física as possibilidades vislumbradas no mundo oculto do sonho, na profundeza do coração. Assim como geramos novos seres humanos em nosso ventre, temos o poder de criar qualquer realidade apenas unindo a força dos elementos da natureza que nos compõem.

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